GWEC aponta que Brasil foi o quarto País em crescimento de energia eólica em 2015
Relatório anual do Global World Energy Council aponta que um novo recorde mundial foi quebrado, com a entrada de mais 63GW de energia eólica em operação no ano.
O GWEC – Global World Energy Council divulgou, nesta terça-feira, dia 19 de abril, seu relatório anual com dados mundiais de energia eólica, o 2015 Global Wind Market Report. O Brasil é um importante destaque deste trabalho, já que a capacidade instalada brasileira de energia eólica tem apresentado crescimentos que se destacam na América Latina e também no ranking mundial da entidade. O relatório mostra que, em 2015, foram adicionados 2,75 GW de energia eólica à produção do País, com novas 1.373 turbinas em 111 parques eólicos, superando a marca dos 2,5 GW instalados em 2014. Veja abaixo o crescimento brasileiro apontado pelo relatório:
“O Brasil tem alguns dos melhores ventos do mundo, três vezes superior à necessidade de eletricidade do País”. Este ano, o recorde de geração eólica do Brasil foi quebrado por produzir 10% da demanda nacional de energia no dia 2 de novembro, mostrando o excelente desempenho operacional da energia eólica no Brasil. O sólido crescimento da indústria eólica brasileira deverá continuar: o governo brasileiro, em conjunto com a indústria eólica, estabeleceu uma meta de alcançar 24 GW de energia eólica de em 2024, cobrindo 11% da geração do Brasil. A energia eólica já contratada para 2019 deve trazer capacidade instalada total de 18,67 GW”, aponta o relatório do GWEC, que também afirma que “o Brasil segue como o mercado mais promissor na América Latina”.
Na análise mundial, o GWEC afirma que 2015 foi “um ano sem precedente para a indústria eólica, já que as instalações do ano passaram a marca de 60 GW pela primeira vez na história e ultrapassando 63 GW de nova capacidade eólica. O último recorde havia sido em 2014 quando 51,7 GW foram instaladas no mundo todo”.
De acordo com o GWEC (veja ranking abaixo), o Brasil foi o quarto país em crescimento de energia eólica no mundo em 2015, atrás da China, Estados Unidos e Alemanha e representando 4,3% do total de nova capacidade instalada no ano passado no mundo todo. “Mesmo com a crise econômica que o Brasil está atravessando, a indústria eólica segue crescendo e tem se destacado cada vez mais, com perspectivas muito otimistas. Esta semana, por exemplo, a Empresa de Pesquisa Energética – EPE habilitou 802 projetos para o Leilão A-5 2016, que será realizado em 29 de abril, para contratar energia elétrica para ser fornecida a partir de 2021. No total, foram 29.628 megawatts de capacidade instalada de várias fontes. E a notícia importante é que a principal fonte desses projetos habilitados é a eólica, com 17.131 MW”, avalia Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica.
Em capacidade instalada total em 2015, o Brasil aparece no ranking do GWEC em 10º lugar, com 8,715 GW de capacidade instalada. “Consideramos que este é um cenário muito bom, visto que a energia eólica é uma indústria relativamente nova no Brasil e que decolou nos últimos cinco anos, devido ao desenvolvimento de uma cadeia produtiva local eficiente, com a fabricação em território nacional da maior parte das máquinas e equipamentos utilizados no mercado eólico e o cumprimento pelos fabricantes do prazo para a nacionalização de sua produção, conforme regras de financiamento do Programa FINAME do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES. Devemos passar a Itália em breve, se não já passamos dado o crescimento reduzido apresentado pelo País nos últimos três anos”, explica Elbia.
Para 2016, o GWEC faz previsões otimistas, em linha com as avaliações da ABEEólica: “A previsão é instalar mais de 3 GW de energia eólica (…), o que representa um investimento de R $ 18 bilhões”.
Para acessar os dados completos do relatório, clique no link: http://www.gwec.net/wp-content/uploads/vip/GWEC-Global-Wind-2015-Report_April-2016_19_04.pdf
Números da energia eólica no Brasil e no Mundo
Os dados abaixo, coletados e atualizados constantemente pela ABEEólica, mostram o cenário da produção de energia eólica no Brasil.
- No início do ano de 2016, o Brasil alcançou a marca de 9 GW de capacidade instalada na Matriz Elétrica Nacional, o que, em termos de geração efetiva, corresponde à usina hidrelétrica de Belo Monte. De acordo com dados de março de 2016, a capacidade está em 9,2 GW distribuída em 369 parques eólicos.
- Em 18/4/16, verificou-se um novo e importante recorde de geração eólica do subsistema nordeste, 4.600 MW às 10h06, representando 43% da carga deste subsistema, com um fator de capacidade de 74%.
- Em 2015, foram cerca de US$5 bilhões investidos, 41 mil empregos gerados, mais de 11 milhões de residências recebendo energia elétrica proveniente da fonte eólica mensalmente.
- Ao final de 2015, em termos mundiais, o Brasil foi classificado na 10ª posição dentre as maiores capacidades instaladas acumuladas e na 4ª posição considerando as novas potências eólicas instaladas. (GWEC)
- Em 2015, a energia eólica foi a fonte que mais cresceu na matriz elétrica brasileira, responsável pela participação de 39,3% na expansão, seguida pela energia hidrelétrica (35,1%) e energia termelétrica (25,6%).
- A energia eólica finalizou 2015 com 6,2% de participação na matriz, com uma capacidade instalada de 8,72 GW, números que indicam o aumento de 46,1% em relação à capacidade instalada em 2014, o maior crescimento, em termos percentuais, considerando os 10 países que mais instalaram nova capacidade eólica, seguido de Polônia (33%) e China (27%).
- Os 2,75 GW de energia eólica instalados no ano passado representam um novo recorde de instalação no Brasil, porque superam a marca dos 2,5 GW instalados em 2014.
- De acordo com o relatório “Climatescope 2015”, produzido pela BNEF, o Brasil é o segundo país mais atrativo do mundo para receber investimentos em energias renováveis no ranking liderado pela China.
Sobre a ABEEólica
A ABEEólica congrega mais de 100 empresas de toda a cadeia produtiva do setor eólico e tem como principal objetivo trabalhar pelo crescimento, consolidação e sustentabilidade dessa indústria no Brasil.
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