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23 de janeiro de 2017 Agência ABEEólica

Dez fatos sobre energia eólica brasileira que você talvez não saiba

1. O Brasil tem um dos melhores ventos do mundo

Para entender essa afirmação, antes você precisa saber o que é fator de capacidade. Pois bem! Fator de capacidade é a medida de eficiência dos aerogeradores de um parque eólico com base na qualidade dos ventos de uma região, ou seja, quanto foi gerado por um aerogerador. Quando falamos, por exemplo, de um fator de capacidade de 30%, estamos falando, de maneira simplificada, que os ventos da região têm aproveitamento moderado e geram energia em 30% do tempo na média. O tipo do aerogerador também influencia. No que se refere à qualidade do vento, os melhores para energia eólica são os constantes, sem grandes alterações de velocidade ou direção. No caso do Brasil, temos ótimos ventos e de boa qualidade, principalmente na região Nordeste, fazendo com que nosso fator de capacidade seja superior a 50%, enquanto a média mundial varia de 20% a 25%.

2. Há dias em que pelo menos a metade da energia do Nordeste vem das eólicas

O nordeste brasileiro tem batido recordes atrás de recordes, especialmente no que chamamos de “safra” do vento, que é o período do ano em que mais venta. Em 05 de Novembro de 2016, por exemplo, a energia eólica bateu seu recorde diário na região com 5.077 megawatts médios (MWmed). Isso significa que, naquele dia, 52% da energia consumida no Nordeste veio de eólicas. Lembra que falamos de fator de capacidade acima? Então, neste dia o fator de capacidade do Nordeste foi de 70%, que é algo surpreendente. Realmente temos ventos excepcionais no nordeste brasileiro!

3. A geração de energia eólica não emite CO2.

Se fizermos uma conta do que a energia eólica evita de emissões de gases de efeito estufa, podemos dizer que, em um ano, evitou-se a emissão de CO2 equivalente à quantidade produzida por praticamente toda a frota da cidade de São Paulo (8 milhões de veículos). Isso porque a fonte eólica tem emissão de CO2 igual a zero em sua operação e ao gerar esse tipo de energia evita-se a geração de outra, que poderia ser poluente.

4. Não é só no Nordeste que estão os parques eólicos

Quando a gente pensa em energia eólica no Brasil já lembra logo do Nordeste. E isso porque é realmente lá que está a maioria do que temos de energia eólica. Dos 430 parques eólicos atuais, 342 estão no Nordeste. Bom, mas é preciso saber também que o estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, é um produtor extremamente importante dos estados brasileiros, com 72 parques instalados. No ranking de capacidade instalada, o Rio Grande do Sul é o quarto colocado com 1,7 GW, os três primeiros são Rio Grande do Norte, Bahia e Ceará com 3,4 GW, 1,9 GW e 1,8 GW, respectivamente. No Brasil, tem vento bom de norte a sul!

5. A eólica também faz bem para o bolso

Nos leilões recentes, a energia eólica se consagrou como a segunda fonte mais barata. A primeira é a energia das grandes hidrelétricas. Se considerarmos que não há mais condições para que o Brasil invista em grandes hidrelétricas, especialmente por questões ambientais, podemos considerar que a eólica é hoje no Brasil a opção mais barata de contratação. Bom para o meio ambiente e para o bolso do consumidor!

6. As torres de geração de energia eólica convivem com outras atividades agrícolas e animais

É bem comum a cena: um aerogerador em funcionamento e, logo ao lado, vacas pastando, cavalos ou então uma plantação. Isso é possível porque os aerogeradores (ou as torres, como são popularmente conhecidas), depois de instalados, ocupam pouco espaço de solo e os donos da terra podem seguir adiante com seu cultivo ou criação de animais. Isso é, aliás, um dos grandes benefícios da energia eólica: um baixíssimo impacto ambiental.

7. Torres eólicas têm grande complexidade tecnológica

Podemos considerar que construir um parque eólico é rápido, comparando, por exemplo, com o tempo que se leva para construir uma hidrelétrica. A rapidez, no entanto, não significa que é algo simples! Um aerogerador tem grande complexidade tecnológica, centenas de componentes e grandes dificuldades de transporte pelo tamanho das pás e aerogeradores. A cadeia produtiva do setor inclui desde fornecedores de pequenos componentes até as empresas especializadas que fabricam as naceles e as pás. No youtube é possível encontrar um monte de vídeos mostrando como as torres são por dentro, como é o processo de construção de um parque eólico, a engenharia envolvida para colocar as pás, etc… É um prato cheio para quem gosta de tecnologia e engenharia!

8. O Brasil tem se saído muito bem nas comparações mundiais

De acordo com o GWEC – Global Wind Energy Council, o Brasil foi o quarto país em crescimento de energia eólica no mundo em 2015, considerando os números de capacidade instalada, atrás da China, Estados Unidos e Alemanha e representando 4,3% do total de nova capacidade instalada no ano no mundo todo. Em percentual, foi o País que mais cresceu no mundo. Se quiser mais informações, veja aqui o relatório “Global Wind Report 2015” do GWEC: http://bit.ly/23ZHypq. Ah, o de 2016 ainda não foi fechado, mas já se estima que a fonte eólica deve subir mais uma posição no ranking mundial de parques eólicos acumulados, onde o Brasil foi colocado em décimo, em 2015. Isso mesmo, estamos no TOP 10 mundial de energia eólica!

Um outro documento que atesta a boa colocação brasileira é o “Boletim de Energia Eólica Brasil e Mundo – Base 2015”, divulgado pelo MME – Ministério de Minas e Energia em agosto de 2016. O boletim mostra que o Brasil subiu sete posições, nos últimos dois anos, ocupando hoje o oitavo lugar em geração, representando cerca de 3% de toda produção eólica mundial.

Uma coisa importante: os dados do GWEC se referem ao que está instalado (potência), enquanto o boletim do MME mostra dados do que é gerado em relação ao que está instalado. Ou seja: não importa se estamos falando de capacidade instalada ou de energia gerada, o fato é que o Brasil tem se saído muito bem nas comparações mundiais

9. A cadeia produtiva da energia eólica está no Brasil e gera empregos aqui

Se a energia eólica brasileira tem obtido tanto sucesso nos últimos anos não é só porque temos um dos melhores ventos do mundo. Afinal de contas, de que adiantaria isso se não soubessemos explorar esse potencial, não é mesmo? Houve, nos últimos anos, um forte investimento de empresas que construíram uma cadeia produtiva nacional de alta tecnologia e eficiência. Os grandes fabricantes de aerogeradores, pás, torres e grandes componentes estão instalados no Brasil, produzindo e contratando aqui. Além disso, dezenas de empresas brasileiras foram criadas ou passaram a se dedicar para oferecer componentes para a cadeia produtiva. Pelo menos 80% dos componentes de uma torre eólica são feitos no Brasil, incluindo pás eólicas, naceles, torres. Só em 2016, foram gerados 30 mil postos de trabalho na cadeia eólica.

10. A energia eólica vai ajudar o Brasil a cumprir o Acordo do Clima

O Brasil possui uma matriz elétrica bastante renovável, mas ainda pode aumentar o seu percentual em energia limpa. No passado, as grandes hidrelétricas sempre foram a opção número 1 para geração e até hoje são mais da metade da matriz. O que acontece é que, especialmente por questões ambientais, já não há mais espaço para o desenvolvimento de projetos de grandes hidrelétricas no Brasil. E, neste cenário, a eólica surge como a opção chave para expandir o papel das renováveis na matriz elétrica porque é uma opção barata, de baixíssimo impacto e de rápida implantação, com zero emissão de CO2 na geração e com uma cadeia produtiva nacionalizada e pronta para produzir os componentes com eficiência e competitividade. Hoje, a eólica representa 7% da matriz. Para 2020, deve chegar a 12% e até 2030 estima-se que ocupe de 20 a 25% da matriz. E isso vai ajudar muito o Brasil a cumprir com suas metas de redução da emissão de CO2, por exemplo.


A lista acima foi elaborada pela ABEEólica, associação que congrega mais de 100 empresas de toda a cadeia produtiva do setor eólico e tem como principal objetivo trabalhar pelo crescimento, consolidação e sustentabilidade dessa indústria no Brasil.

 

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